quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Fernando Pessoa

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Pensei que eram minhas estas palavras...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

podes fechar os olhos
recolher o diário
a respiração íntima das pequenas coisas
e não escrever mais nada
podes fingir que está a chover
para não ter de escutar
o peso do chão
podes até desistir de revelar a próxima estação
o próximo mistério azul da noite
que a viagem ainda tem muito que dizer
e é ela que te promete a poesia
cada vez que tomas o silêncio
pela asa mais delicada
Daniel Gonçalves

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Pintura

Sentei-me. Ergui-me. Sorri. Senti a briza. Os olhos viam o que a mente imaginava. Os ouvidos ouviam uma melancolia imperfeita. A boca palrava o que o meu interior sentia.

Isto é a descrição de um quadro imaginário onde eu quero ser a personagem principal. Nesta tela estão representados os meus pensamentos, os meus desejos e ânsias. Para além disso, a minha história é evidente, porque a minha expressão transmite o que foi vivido.
As cores presentes são simples. O verde, o azul, o castanho e o branco, apesar de não serem as cores do meu coração, são as cores da minha vida. Nelas toda a magnificiência é transportada, pois com elas me encontro num mundo onde a calmaria reina sobre tudo e todos. Aí enrosco-me numa Natureza única.

Levantei-me. Corri desesperadamente. Ri com uma vontade enorme. Brilhei no meio do nada. Percorri o imaginário. Encontrei-me. Todos os sentidos estavam sincronizados. Manifestei o que sou... Um quadro onde a minha história pode ser adaptada mil e uma vezes, desde que seja apreciada sempre!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

As palavras são o reflexo da nossa alma e mesmo que, por vezes, não consigamos falar, elas flutuam e chegam ao destino, falando no silêncio. Esse é o maior poder delas. Um poder tão autêntico, tão diferente e singelo.
Por isso falo no silêncio. Devagar, devagarinho...

terça-feira, 1 de julho de 2008

Carrossel


Quando ela era criança, andava todos os dias de carrossel. Todos os dias, num lugar diferente, com um sorriso diferente.

Interioridade

E roda e gira e gira e roda. Sem nos apercebermos tudo se torna num ciclo vicioso, daqueles que não têm fim. Cada coisa da nossa vida puxa outra e assim sucessivamente. Os momentos são tão iguais, mas tão diferentes. Nunca sabemos, mas será que queremos saber?
O mundo é bonito. As oportunidades são a forma que o mundo tem de nos permitir ser felizes. Às vezes não nos apercebemos e lá se foi mais um sorriso. Saber olhar, saber sentir, basta saber e depois o instinto faz o resto.
Não procurem, encontrem. O grande problema aparece quando não sabemos esperar para encontram o que falta. Tudo é um puzzle, mas neste puzzle as peças são adquiridas muito lentamente e com alguma sabedoria. Os que não fazem da vida um jogo para acabar de completar as peças, são os que desfrutam dos diferentes moldes de a saberem montar e juntar ao resto das outras. Todas têm a sua especificidade, necessitam de atenções diferentes, mais ou menos delicadeza, mais ou menos rapidez, mas todas são o meio para se atingir o fim. Quando esse fim chegar, a plenitude reinará e nós gritamos no silêncio tudo o que não se consegue ouvir, mas sentir.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

As vezes sentimo-nos perdidos em nós próprios, isto porque olhamos para o que nos rodeia e não nos identificamos com nada. Lá vamos nós procurar um ponto comum, algo que falta, algo que dê sabor aos momentos. Assim, perdemo-nos dentro de nós, devido a busca do não sei quê, não sei onde nem para quê.

sábado, 31 de maio de 2008

A vida é um direito e não uma obrigação...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A magia das sensações


Existem sensações que nos marcam para sempre. Os sentimentos que nos guiam perduram durante alguns tempos e marcam a sua diferença.
Sinto-me realmente livre! Tenho a alma purificada e é tão bom.
A Natureza sou eu. Apercebi-me do quão importante ela é na minha vida. Azul, verde e castanho... mas que bela combinação! O vento a deambular sobre mim, a brisa do mar a invadir-me, o sol a iluminar-me, as plantas a acompanhar-me e os animais a sorrirem-me tornam-me distante daquela multidão em que não me quero tornar e fazem-me ser invisivel e feliz (uma combinação pouco provável, pensava eu).
Cada vez mais, tenho necessidade de refugiar-me em locais naturais. Apetece-me explorá-los, porque sei que me encontrarei como outro ser, como alguém que não me conhecia e isso faz-me pensar. Mais uma caminhada vou percorrendo com o intuito de entrar em novos mundos e deixar-me perder naquilo que realmente sou. O meu silêncio fala comigo e arrepia-me, faz-me avisos e dá-me conselhos sem que eu tenha necessidade de os pedir.
Esta capacidade de me encontrar, também me faz sentir perdida. Perdida no meio de valores que giram sobre mim e me fazem acreditar que tudo na vida tem o seu brilho, a sua magnificiência e fantasia.
Às vezes sonho acordada e deixo-me levar por esses desejos que me levam para um mundo da fantasia onde tudo é perfeito. A perfeição realmente existe, mas só se não formos muito perfeitos para a tentarmos encontrá-la. Não, não é difícil de compreender. Devemos valorizar as coisas simples e aquilo que nos rodeia e nunca tornarmo-nos seres simplórios e futeis. O que está ao nosso alcance é o que merecemos, é a nossa vida. Tudo é perfeito se assim quisermos que seja! :)