terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Caravana

Lá vamos nós pela estrada. Comprei pão para fazer torradas. Tu trouxeste o vinho para bebermos ao jantar. Carreguei no botão do rádio enquanto tu punha as primeiras mudanças. Arrancamos rumo ao desconhecido, na tentativa de nos descobrirmos a nós próprios. Aumentei o volume e comecei a cantarolar. Sorriste para mim e também entraste na onda. Demos por nós a rir da nossa figura. Estávamos felizes. Com uma mão direccionavas o volante, com a outra deste-me uma festinha no cabelo. Perguntaste-me se estava bem. (como não poderia estar? Tínhamos partido para a aventura, só eu e tu). Respondi-te com um beijinho no nariz. Continuamos estrada fora até encontrarmos um sítio bonito para ver o pôr do sol. Tirei-te a primeira fotografia de muitas. Foste buscar o vinho. Eu fui buscar os copos. E tu desenrolaste a nossa manta de muitos momentos. Sentámos-nos e brindámos. (a nós, à nossa maneira de sentir a vida). Escrevemos as primeiras palavras durante horas a fio. E vamos repetindo...
(sinto que já fiz esta viagem mais do que uma vez).
a realidade é que só escrevemos quando estamos ou muito tristes, ou muito felizes. não sei como estou.

vício


Tinha saudades do caderno.
estou com medo de não me conseguir encontrar no meio de tantos fonemas, tantas letras, tantas palavras, tantas frases, tantos textos... onde pára a minha identidade? onde estão aquelas marcas em que me irei encontrar sempre? (eu e tu. é por isso que rendo às palavras.)